A Caatinga ocupa uma área de cerca de 862.818 km², o equivalente a 10,1% do território nacional (IBGE, 2019). Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais, onde vivem cerca de 27 milhões de pessoas, sendo a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.
A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos. Essa mesma biodiversidade apresenta um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais e sustentável que, se bem explorados, serão decisivos para o desenvolvimento da região e do país.
Exclusivamente brasileiro, o bioma Caatinga é o principal ecossistema/bioma da região nordeste. A caatinga é o bioma menos conhecido do país, já que se realizaram poucas coletas no mesmo. No entanto, os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de ambientes e espécies, tratando-se do bioma semi-árido mais biodiverso do mundo.
Cerca de 27 milhões de pessoas vivem atualmente na área original da caatinga, sendo que 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia. Grande parte da população que reside em área de caatinga é carente e precisa dos recursos da sua biodiversidade para sobreviver. Por outro lado, estes mesmos recursos, se conservados e explorados de forma sustentável, podem impulsionar o desenvolvimento da região.
A conservação da caatinga está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 62% das áreas susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que muitas já estão bastante alteradas. Em que pese este quadro, apenas cerca de 9% do bioma está coberto por unidades de conservação, sendo pouco mais de 2% por unidades de proteção integral (como Parques, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas), que são as mais restritivas à intervenção humana.
No contexto internacional, a caatinga está relacionada diretamente a duas das 3 principais convenções de meio ambiente, no âmbito das nações unidas, quais sejam a Convenção de Diversidade Biológica - CDB, a Convenção de Combate à Desertificação - CCD e a Convenção de Mudanças Climáticas. Este contexto pode ajudar na conservação e uso sustentável deste bioma, por meio da união de esforços por parte dos responsáveis pela implementação destas convenções no país, respectivamente a Secretaria de Biodiversidade e a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente - MMA, e seus parceiros nas esferas governamental e não-governamental.
Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não-Governamentais Alternativas – é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que desenvolve ações para a promoção e o fortalecimento da agricultura familiar, e para a garantia dos direitos da população do Semiárido brasileiro. Nossa ação é orientada pela Agroecologia, na perspectiva da convivência com o Semiárido e da Educação Contextualizada.
Atuamos na luta ao Direito à Alimentação, Segurança Alimentar e Economia Familiar, para ampliação da capacidade das famílias agricultoras de estruturar seus sistemas de produção de alimentos livres de venenos, mais resistentes às mudanças climáticas, prevenindo e superando processos de desertificação, e suas organizações de base capazes de incidir em políticas públicas, exigindo seus direitos.
Na luta pelos Direitos das Mulheres e pela Equidade de Gênero para o fortalecimento das mulheres agricultoras e suas organizações representativas para exigir e acessar seus direitos. E para a Cidadania Ambiental e Educação Contextualizada, na mobilização e formação de sujeitos sociais locais e regionais, para atuarem como cidadãos ambientais.