O bioma amazônico abrange mais de 9 países, dos quais 60 por cento estão no norte do Brasil, cobrindo mais de 4 milhões de km² e, possivelmente, abrigam a maior diversidade biológica do mundo. Suas vastas florestas influenciam significativamente os climas regionais e globais e confiscam cerca de 70 bilhões de toneladas de carbono (Marengo & Espinoza, 2016). Embora pouco povoada, a região é habitada por cerca de 22 milhões de pessoas, a maioria em áreas urbanas, mas com diversas comunidades locais, incluindo povos indígenas, quilombolas. Tais comunidades dependem economicamente e culturalmente sobre os recursos naturais. A conservação desta região e sua vasta diversidade cultural e biológica, bem como o equilíbrio ecológico que sustenta seu papel crucial na regulação do clima, são de extrema importância para o Brasil e toda a população humana.
As estimativas situam a região como a maior reserva de madeira tropical do planeta. Seus recursos naturais – que, além da madeira, incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo – representam uma abundante fonte de riqueza natural. A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
Para estimular a conservação e uso sustentável da Amazônia o Ministério do Meio Ambiente tem promovido uma série de ações para a conservação da sua biodiversidade e aproveitamento de seu enorme potencial para o desenvolvimento sustentável da região e do Brasil. Estas medidas incluem projetos para a gestão sustentável da paisagem, incluindo adequação ambiental, consolidação de unidades de conservação, cadeias produtivas sustentáveis e inovadoras, recuperação de áreas degradadas e pagamento por serviços ambientais.
Na década de 1980 grandes áreas de florestas foram substituídas por pastagens na Amazônia. Naquela época, o movimento dos seringueiros, no Acre, unia forças para empatar a devastação e garantir o direito de posse das suas colocações. Movidos pela resistência dos guardiões da floresta, no dia 30 de setembro de 1988, na cidade de Rio Branco, estado do Acre, professores, estudantes universitários e representantes do movimento social, incluindo o ativista e seringueiro Chico Mendes, criaram a Associação SOS Amazônia, tendo como objetivo principal defender a causa extrativista e proteger a Floresta Amazônica, apoiando as populações tradicionais.
Num cenário de conflitos por ocupação de terras, a entidade dedicou-se a expor, em praça pública, dados e fotos sobre o desmatamento na região, a fazer denúncias das ameaças sofridas pelos seringueiros, distribuir materiais informativos e a dialogar com as pessoas sobre o tema, visando mobilizar a sociedade e facilitar a compreensão sobre as causas e consequências da destruição que estava acontecendo.
Diante do delicado momento que os extrativistas viviam, além das campanhas de conscientização, logo surgiu a necessidade da instituição, em desenvolver projetos, propor e implementar políticas públicas com foco na difusão de modelos e práticas para preservação da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável, iniciativas que pautam, cotidianamente, o dever de cumprir a missão da SOS Amazônia, que é "Promover a conservação da biodiversidade e o crescimento da consciência ambiental na Amazônia".