Cidades-esponja são áreas urbanas projetadas para absorver, armazenar e reutilizar a água da chuva de forma eficiente, utilizando soluções baseadas na natureza para minimizar o escoamento superficial e as enchentes. O conceito visa transformar a paisagem urbana em uma "esponja" capaz de lidar com o excesso de água, recarregando os aquíferos e reduzindo o impacto de eventos climáticos extremos.
Como funciona?
Infraestrutura permeável:
Pavimentos permeáveis, jardins de chuva, telhados verdes e outras estruturas que permitem a infiltração da água da chuva no solo.
Áreas verdes:
Parques, praças e jardins que funcionam como reservatórios naturais de água e contribuem para a absorção da chuva.
Planejamento urbano:
Integração da gestão da água na concepção e desenvolvimento de novas áreas urbanas, considerando a topografia e as características do solo.
Sistemas de drenagem sustentáveis:
Criação de canais e reservatórios que imitam o funcionamento natural dos rios e córregos, permitindo a infiltração e o armazenamento da água.
Benefícios:
Redução de enchentes:
Ao absorver e armazenar a água da chuva, as cidades-esponja diminuem o volume de água que chega aos sistemas de drenagem tradicionais, prevenindo inundações.
Recarga de aquíferos:
A infiltração da água no solo contribui para a reposição dos aquíferos, garantindo o abastecimento de água potável em períodos de seca.
Melhora da qualidade da água:
A filtragem natural da água da chuva através do solo e da vegetação ajuda a remover poluentes, melhorando a qualidade da água disponível para consumo e para os ecossistemas urbanos.
Promoção da biodiversidade:
A criação de áreas verdes e a gestão sustentável da água contribuem para a recuperação e preservação da biodiversidade local.
Benefícios econômicos e sociais:
A redução de enchentes e a melhoria da qualidade de vida podem gerar benefícios econômicos e sociais para a população.
Exemplos de implementação:
China:
O programa "Cidade-Esponja" implementado na China envolveu a criação de mais de 56 mil quilômetros de vias verdes e cerca de 72 mil quilômetros quadrados de áreas verdes e parques em grandes cidades como Pequim, Xangai e Shenzhen.
Outros países:
Cidades como Nova York (EUA), Berlim (Alemanha) e Copenhague (Dinamarca) também estão adotando soluções baseadas na natureza para lidar com o excesso de água da chuva.
Cidades-esponja no Brasil:
Algumas cidades brasileiras já estão utilizando algumas técnicas de cidades-esponja, como jardins de chuva e áreas permeáveis.
No entanto, ainda não existe nenhum município totalmente classificado como cidade-esponja, mas há potencial para a implementação desse conceito em diversas regiões do país.
O conceito de cidade-esponja representa uma mudança de paradigma na gestão da água urbana, buscando soluções mais sustentáveis e integradas com a natureza para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e a urbanização.
UTiecher & Gemini, 2025.
daniel bueno, da Revista Pesquisa FAPESP
Em algumas cidades, às vezes, é possível observar no horizonte a poluição concentrada e, logo acima desse bloco de ar amarronzado, o céu azul livre de nuvens. A poluição é tão distinta que parece existir uma linha fina transparente dividindo a atmosfera. Essa concentração de poluentes ocorre, geralmente, quando há uma inversão térmica. Ela acontece quando a umidade do ar está baixa e o céu praticamente sem nuvens nem vento. É mais comum durante o inverno no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No Nordeste ocorre, praticamente, o ano todo.
Quando há inversão térmica, o ar frio(mais denso) fica aprisionado próximo ao solo, pressionado por uma camada de ar quente (mais leve). A falta de vento e de umidade também impede a dispersão do ar. Assim, os poluentes emitidos por veículos e indústrias vão se acumulando entre cerca de um e três quilômetros acima da superfície.
O fenômeno foi batizado como inversão térmica porque o ar próximo ao solo é, de modo geral, quente, e não frio. Quando não há inversão térmica, o ar realiza um movimento cíclico na atmosfera terrestre: o ar frio desce, esquenta perto do solo, fica mais leve e sobe quente. Os ventos e as nuvens colaboram para essa movimentação e, dessa maneira, os poluentes ficam diluídos pela atmosfera, e não aprisionados próximos à cidade.
Maria Assunção Faus da Silva Dias Universidade de São Paulo (USP)
O microclima urbano refere-se ao clima específico de uma área urbana. Diferentes fatores contribuem para esse microclima:
Ilhas de calor urbano: As cidades tendem a ser mais quentes que as áreas rurais ao redor devido à grande concentração de edificações e pavimentação, que absorvem e retêm calor.
Poluição atmosférica: A poluição gerada por veículos, indústrias e outras atividades urbanas pode modificar a qualidade do ar e impactar o clima local.
Alteração da vegetação: A redução de áreas verdes e a substituição por construções aumenta a temperatura e altera padrões de umidade.
Geomorfologia: A topografia da cidade, como montanhas ou vales, pode influenciar o clima local.
Os microclimas urbanos são importantes para entender como as cidades afetam o ambiente e como podemos planejar melhor os espaços urbanos para mitigar esses impactos.
As mudanças climáticas têm um impacto significativo no microclima urbano. Vejamos alguns dos efeitos observados:
Aumento das temperaturas: As mudanças climáticas estão elevando as temperaturas gerais, exacerbando o efeito das ilhas de calor urbano. Isso aumenta o consumo de energia para refrigeração e pode ser perigoso para a saúde pública.
Eventos climáticos extremos: Tempestades, enchentes e ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas, desafiando a infraestrutura urbana e aumentando os riscos de desastres.
Alterações nos padrões de precipitação: As mudanças no volume e na distribuição da chuva podem provocar tanto secas quanto alagamentos, afetando a disponibilidade de água e a gestão urbana de águas pluviais.
Qualidade do ar: O aumento das temperaturas pode piorar a qualidade do ar, amplificando problemas relacionados à poluição, como a formação de ozônio troposférico e a dispersão de particulados.
Impacto na vegetação urbana: Os padrões de temperatura e precipitação influenciam a saúde e a sobrevivência das plantas nas áreas urbanas, que são cruciais para resfriar o ambiente, purificar o ar e proporcionar sombra.
Esses desafios destacam a importância de estratégias de planejamento urbano resilientes e sustentáveis. Soluções como a criação de mais espaços verdes, telhados verdes, maior eficiência energética e a promoção de formas de transporte sustentáveis são essenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas no microclima urbano.
MicroClima Urbano - Fonte Escola Educação
UTiecher & CoPilot, 2025.
A rápida urbanização, o desmatamento desenfreado e ações humanas têm gerado cenários catastróficos ao redor do mundo, resultando em enchentes, inundações e deslizamentos. Esses eventos não apenas ameaçam a população, mas também reacendem uma preocupação há muito esquecida pelos governos: a gestão de recursos hídricos e o impacto das atividades humanas no meio ambiente.
UTiecher, 2025.
Artigo - José Luiz Rigo Rodrigues revisita o processo de ocupação urbana da região metropolitana de Porto Alegre para fazer sugestões de medidas a serem tomadas diante da calamidade vivida no estado.
UTiecher, 2024.